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As práticas
pedagógicas
mudam e de que maneira ?
Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação
Universidade de Genebra
2000
E difcil responder a esta questão de maneira generalizada, porque, em nenhum momento, as práticas pedagógicas são unificadas. Coexistem no mesmo sistema, na mesma disciplina, algumas vezes no mesmo estabelecimento de ensino, práticas extremamente diversas, algumas avançam sobre o tempo (na média) e outras são dignas de museu. Somente podemos comparar as freqüências, as distribuções.
Somente uma pesquisa emprica longitudinal poderia fundamentar as afirmaçes incontestáveis. Isto exigiria dispositivos de pesquisa muito pesados, permitindo-se seguir a evolução das décadas. O estabelecimento de observatórios de práticas permitir, talvez no futuro, objetivar as mudan as. De imediato, só podemos avançar nas hip teses fundamentadas sobre escassas investigações e observações qualitativas.
1. As práticas pedagógicas são fundamentadas sobre objetivos de ni taxoeconómico cada vez mais elevados (por exemplo, aprender a aprender, a raciocinar, a comunicar).
2. Elas (as práticas) têm cada vez mais freqüentemente a tarefa de construir as competências, de se estar ansioso por conhecimento.
3. Elas recorrem das vantagens dos métodos ativos e dos princípios da nova escola, as pedagogias fundamentadas sobre o projeto, o contrato, a cooperação.
4. Elas exigem uma disciplina menos rígida, deixando a vantagem da liberdade aos alunos.
5. Elas manifestam um grande respeito ao aluno, à sua lógica, ao seu ritmo, às suas necessidades, aos seus direitos.
6. Elas se prendem mais à vantagem de desenvolver a pessoa, menos à sua adaptação à sociedade.
7. Elas se concentram na vantagem do aprendiz e do ensino conceituado acima de tudo na organização de situações de aprendizado.
8. Elas são mais sensíveis à pluralidade das culturas, são menos etnocêntricas.
9. Elas aceitam cada vez menos as falhas escolares como uma fatalidade e evoluem no sentido da diferencia o do ensino como discriminação positiva.
10. Elas tendem a explodir o grupo de classe estável como única estrutura de trabalho, e compõem grupos de necessidade, de projeto, de nível.
11. Elas est o cada vez mais conectadas com outros interventores e uma equipe pedagógica, inscritas em uma cooperaçáo.
12. Elas são cada vez mais enquadradas ao nível do estabelecimento.
13. Elas vão através de uma planificação didática mais flexível e negociável.
14. Elas dão lugar às tarefas abertas e às situaçãoes-problemas.
15. Elas vão no sentido de uma avaliação menos normativa, mais formativa.
16. Elas se articulam mais facilmente como as práticas educativas dos pais, em favor de um diálogo mais equilibrado.
17. Elas tornam-se mais dependentes das tecnologias audiovisuais e informatizadas.
18. Elas dão lugar à manipulação de conteúdos, à observação e à experimentação.
19. Elas tendem a tornar-se reflexivas, sujeitas a uma avaliação periôdica.
20. Elas tendem a usar mais largamente a pesquisa.
21. Elas mudam mais rápido, a inovação se banaliza.
22. Elas são socialmente menos valorizadas.
23. Elas são favor da profissionalização, elas se baseiam sobre as competências adquiridas na formação inicial e contínua.
Estas tendências correspondem em parte aos modelos ideais de militantes ou de pesquisadores em educação. Elas atestariam, se fossem confirmadas, um certo sucesso das idéias reformadoras. Elas refletem, por um outro lado, a evolução das famílias e das relações entre jovens e adultos na nossa sociedade.
Bem entendido, não são mais que tendências. A profissionalização da função de professor - no sentido norte americano- est longe de ser acabada e os sistemas escolares est o ainda povoados de excelentes professores de trinta anos atrás (segundo a afirmação de um responsável sindical), assim como as práticas reflexivas se ressentem de ferramentas e diretrizes elementares.
Perrenoud, Ph. (1996) Enseigner : agir dans l'urgence, décider dans l'incertitude. Savoirs et compétences dans un métier complexe, Paris, ESF (2e éd. 1999).
Perrenoud, Ph. (1999) Dix nouvelles compétences pour enseigner. Invitation au voyage, Paris, ESF.
Tardif, M. et Lessard, C. (1999) Le travail enseignant au quotidien. Expérience, interactions humaines et dilemmes professionnels, Québec, Presses de l'Université Laval et Bruxelles, De Boeck.
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